Escultor, desenhador e gravador, José Joaquim Rodrigues nasceu em Luanda (Angola) a 21 de Outubro de 1936. Desde sempre que a vocação para as artes o acompanha ao longo da vida e, ainda muito jovem, gostava de moldar barro.
Depois de convencer o pai a deixá-lo estudar em Portugal viveu primeiro no distrito de Bragança e, aos catorze anos, fixou-se no Porto com o propósito de estudar Belas Artes. Foi aí que concluiu o curso de Escultura em 1963 na Escola de Belas Artes do Porto onde também foi Professor.
Mais tarde e já em 1968, juntamente com alguns colegas que terminaram o curso, decidiram formar o grupo denominado Os Quatro Vintes, cujo nome provém de uma popular marca de tabaco com o mesmo nome.
No Porto, que é onde passa a maior parte da sua vida, fundou e presidiu à Cooperativa de Ensino Artístico Árvore que desde 1963 é considerada uma referência a nível cultural. Também tem ligações com o Alto Minho, mais concretamente a Vila Nova de Cerveira, onde recuperou o Convento de São Paio, situado num monte com lindíssimas vistas sobre a Vila e o Rio Minho. Adoptou como sua residência e oficina de trabalho, contemplando um espaço dedicado a exposições. Actualmente funciona como centro cultural e encontra-se aberto todo o ano com visitas guiadas às exposições permanentes que possui (desenho, escultura, arte sacra, arte oriental, entre outros) assim como workshops, conferências, concertos, teatro e circuitos pedestres. Ao percorrer os extensos jardins que o rodeiam podemos encontrar várias esculturas da autoria de José Rodrigues. Ajudou também a promover a Bienal Internacional de Cerveira que foi instituída em 1978.
Para além da escultura, José Rodrigues também se dedica à ilustração para livros de escritores e poetas como Eugénio de Andrade, Jorge de Sena, Vasco Graça Moura e Albano Martins. Produz cerâmica e medalhas e já executou centenas de medalhas para diversas entidades. Realiza cenografias. Em Espanha colaborou com a Companhia Nacional de Teatro da Galiza e com a Companhia de Teatro de Madrid e, em Portugal, com o Teatro Universitário e o Teatro Experimental do Porto, a Seiva Trupe, o Teatro Experimental de Cascais e com o Teatro D.Maria II. Ainda colaborou com a Câmara Municipal do Porto para desenhar o cenário da cerimónia de classificação da Cidade do Porto como Património da Humanidade.
Hoje é considerado um dos maiores nomes das Artes Plásticas portuguesas, estando representado em várias colecções e instituições no país e no estrangeiro. A sua obra não deixa de gerar alguma controvérsia, embora seja um artista que se preze. Foram célebres as fortes criticas ao Cubo da Praça da Ribeira de 1976 e ao monumento ao empresário, de 1993, duas peças que hoje são aceites e respeitadas pelos portuenses.
Recentemente comprou e restaurou uma antiga chapelaria localizada na Rua da Fábrica Social em Santo Ildefonso, um espaço que utilizava como ateliê há cerca de 20 anos e que agora o converteu na conhecida Fundação Escultor José Rodrigues. O edifício é composto por varias salas de exposição onde podemos ver expostas obras do escultor, um auditório, um bar, uma companhia de bailado e de teatro. Hoje a acção promotora da sua Fundação desafia a tendência centralizadora do país, trazendo mais cultura ao Norte.
José Rodrigues também é coleccionador de várias obras, daí no seu projecto ter várias áreas reservadas para expor obras de alguns artistas, como é o caso de Mário Eloy, Almada Negreiros, Júlio Resende, Júlio Pomar, entre outros “nomes sonantes da arte portuguesa”.